Pai enxerga dentro dos filhos. Para ele, os mais breves gestos de cada um de seus filhos são palavras que comunicam sentimentos, desejos, sonhos ou medos. E pai lê muito bem a gramática dessa linguagem que foi construindo junto com cada filho. Nessa gramática única, tem espaço para linguagem corporal, onde o abraço é vocábulo sempre presente. Juntos, pais e filhos firmam regras de concordância e de flexão. Estabelecem os tempos das ações, com diferentes modos de futuro e de passado, mas com um presente invariável. As regras de pontuação que criam marcam o tom das perguntas sempre compartilhadas e exclamam a alegria dessa preciosa amizade. Porque o pai é o primeiro amigo: o mais certo, o mais leal, o que diz tudo o que precisa ser dito. Nessa gramática única, pai é sujeito sempre presente, amigo para todos os momentos. E para a vida toda.